Eu saí de casa ali pelas 10h30, para evitar o horário de pico, já que era dia da anunciada greve. Como minha guru Cláudia me puxou a orelha por só andar de metrô, e eu sou uma discípula obediente, resolvi experimentar andar de ônibus. Confesso que tenho dificuldade em interpretar o mapa de circulação de ônibus. No de metrô as linhas têm cores diferentes e fica fácil para eu acompanhar o trajeto, mas no ônibus é uma misturada só e é claro que eu me perco. Mas o Conexão Paris recomenda um passeio na linha 63, que passa por diversas atrações turísticas (em Paris, isso é até fácil, porque tem atração turística em tudo quanto é lugar), cujo ponto de partida é a Gare de Lyon, relativamente perto de onde estou. Peguei o metrô (tranqüilo) para a gare e embarquei no ônibus (também tranqüilo). Como era minha primeira vez em um ônibus, é claro que precisei da orientação do motorista para utilizar meu Navigo ali :-)
Vou reforçar a indicação da Maria Lina e agradecer ao palpite da Cláudia: o trajeto do ônibus é algo que vale mesmo a pena fazer. Quando a gente anda de metrô, o mapa mental da cidade (pelo menos o meu, que não tenho boa orientação espacial) fica fragmentado. Dessa vez, eu fui acompanhando o trajeto no meu guia/GPS, o que me permitiu ligar melhor as coisas, passando de um arrondissement para outro. O ponto final da linha é na Porte de la Muette, pertinho do Museu Marmottan Monet, onde começou minha maratona cultural do dia.
Meus planos iniciais de viagem incluíam uma ida a Giverny, para visitar a casa de Claude Monet e ver o painel As Ninféias. Com a incorporação da Marina, eu tive que concentrar minhas atividades culturais em 10 dias e precisei cortar várias coisas, entre as quais essa pequena viagem (outras duas foram o Mont Saint Michel e uma ida a Fontainebleau). O Museu Marmottan Monet matou essa vontade, pois eles têm a maior coleção de quadros deste impressionista, além de móveis e objetos do casal Marmottan, doados ao Estado francês junto com a casa. Adorei visitar esse museu, e recomendo.
Perto dali, tem mais um parque lindo, o Jardin du Ranelaghmais, o Jardin du Ranelagh e a sede da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que eu fotografei, é claro.
O bairro em que o museu se encontra fica ao lado do Bois de Boulogne, mas nesse eu não fui porque tinha muito museu me esperando :-) Caminhei até a estação de metrô La Muette e fui (em um trem bem cheio) direto para a Bastilha, de onde caminhei (umas quatro quadras) para a praça des Vosges, visitando, enfim, a casa de Victor Hugo.
Dessa vez, como eu já sabia o trajeto, cheguei rapidinho e visitei todo o museu, que não é muito grande. Esse eu recomendo mesmo é para quem gosta de literatura, que é o meu caso.
Ali perto fica o Museu Carnavalet, o museu da história de Paris, fui caminhando até lá. No trajeto, mais uma igreja, a de Santa Maria, sobre a qual eu não havia lido nada, e um outro prédio interessante.
Chegando ao museu, descobri que ele está fechado (isso não estava no guia) e fotografei apenas o jardim e a frustração de outros visitantes, idêntica à minha.
(Vejam o que achei depois na página da prefeitura de Paris, responsável pelo museu: Attention: fermeture exceptionnelle du musée Carnavalet. Suite à une panne électrique, le musée Carnavalet sera momentanément fermé à compter du 27 août 2010. Dès la réparation effectuée, le musée rouvrira ses portes)
Como o que não falta em Paris é coisa para ver (o Museu Picasso também fica ali pertinho, mas está fechado para obras), andei mais um quarteirão e fui visitar o Museu Cognacq-Jay, outro desses constituídos por meio da doação de casa e coleções de gente muuito rica (aliás, o hábito de doar parece comum por essas bandas, ao contrário do Brasil. Talvez tenha a ver com as altas taxas de impostos sobre heranças). Foi uma visita rápida, porque eles iam fechar mais cedo por causa da greve, mas deu para ver tudo. E, no caminho, uma biblioteca cujo prédio chamou minha atenção.
Na aula de francês, a professora. Sueli havia mostrado uma matéria sobre a peça La cantatrice chauve, de Ionesco, que está em cartaz há mais de 50 anos em um pequeno (mínimo, na realidade) teatro de Paris. Eu queria comprar Ingressos (o Ernandes ia comigo) para esta peça e para a que é apresentada logo a seguir, La leçon, do mesmo autor. Então, pequei o metrô (muito cheio) e fui para o Teatro de La Huchette. Comprei ingressos para a noite de quarta. Na região do teatro, tem vários restaurantes que fazem assados naquela televisão de cachorro, mas assam, além de frangos, leitões e outras carnes.
Esse post vai ter que continuar no próximo, pois está ficando grande demais. E já estou de novo atrasada com o blog :-)
Xina,
ResponderExcluirPrimeiro agradeço a promoção. E que promoção, ser guru de viajante tão descolada (nem parece iniciante)
Dando mais um pitaco, quando estiver cansada pegue o ônibus nem que seja para andar 2 quarteirões, dá uma super aliviada nos pés. É só conferir se a direção é a mesma. Outra coisa que gosto de fazer é pega-los (na flânerie) e rodar até o ponto final ou um ponto que tenha pré-estabelecido observe o que há de bom, desça e suba quantas vezes quiser te garanto que vai ser uma viagem na viagem. Como você tem o Navigo, desça toda vez que algo encher (+) suas vistas.
Por falar em encher vista o Jardim Ranelagh é muito gostoso, adoro, assim como aquela região onde há grande concentração de BCBG. O filme Le Hérrisson (não sei se vimos juntas com a Suely) é rodado naquele quartier.
Claudia
Xina,
ResponderExcluirAproveite os macarons porque estou procurando uns bons por aqui. Vc está uma ótima viajante e, sem o TOC, nao dá para ver tudo de uma vez.
Abs,