Domingo de faxina

Reservamos a manhã do domingo para fazer uma faxina simplificada (bem simplificada!) no studio e lavar as roupas sujas. Saímos, mais tarde, com o propósito de conhecer o mercado das pulgas de Saint Ouen. Como estava bastante quente, pude usar bermuda, camiseta e minha sandália nova (aquela feinha mas confortável), que eu já estava achando que voltaria intacta para Belô. O mercado fica bem na divisa da periferia de Paris. Pegamos a linha 4 do metrô e descemos na última estação, Porte de Glignancourt. Logo à frente começa o mercado. A primeira impressão é de um Shopping Oi gigantesco, pois é um labirinto de barracas de camelôs, cheias de produtos falsificados e coisas do gênero. Como tem muitos africanos em Paris, havia muitas barracas de roupas típicas daquela região do mundo. Há também muitas lojas de antiquários, mas quase todas estavam fechadas, por causa do domingo.
Como a Marina e eu não gostamos de multidão, ficamos pouco tempo ali e voltamos para o metrô. Fomos para a região do Opéra Garnier, pois lá não tinha erro, sempre haveria algo a ser visto. Quando fizemos o tour no ônibus aberto, vimos que eles ofereciam um circuito noturno reduzido, que dura cerca de 1h30 e permite ver os principais monumentos iluminados Como havia um ponto de venda perto do Opéra, já passamos lá e compramos nossos tickets para aquela noite mesmo.
Já eram mais de sete da noite, não havíamos almoçado, o embarque no tour seria às 22h, aí fomos comer em um restaurante tipicamente francês da região, chamado Chartier (7 rue de Faubourg Montmartre). Antes de viajarmos, a Marina levantou, no blog Conexão Paris, uma relação de pelo menos 20 locais onde é possível comer bem a custo relativamente baixo. O Chartier é um desses restaurantes, e ele faz jus a isso. Lá fica tão cheio que nos colocaram para compartilhar mesa com um casal que já estava lá. E eles anotam os pedidos na toalha de papel que forra a mesa.




Pedimos uma garrafa pequena de vinho branco, a Marina pediu camarões como entrada, e eu... escargots!!! Eu não ia perder a ocasião de experimentar, é claro. Mas, como boa pobre em lugar chique, tive que pedir socorro ao tal casal, pois os escargots vêm com uma garra e um espetinho, que eu não sabia como manusear para comê-los. E eu não queria dar aquele vexame que a Julia Roberts deu em Uma linda mulher, em que o escargot pulou para a mesa do lado :-) Fora isso, eles estavam deliciosos, nada parecido com a gosma que a gente imagina.



Como prato principal, eu pedi um confit de canard com batatinhas e a Marina pediu um macarrão com carne, ambos muito bons. E, de sobremesa, uma torta de mirabelles, uma frutinha que não existe no Brasil. Num dos trabalhos que fiz para a aula de francês, eu apresentei essa torta como uma comida típica da região da Alsácia-Lorena. Mais francês, não poderia! A conta ficou em 43 euros, por causa dos escargots e dos camarões. Mas estava tão bom...




Fomos então para o local de embarque no ônibus, ao lado do Louvre. Na fila de espera, ficamos batendo papo com um casal de americanos que também ia fazer o passeio. Embarcados, foi um deslumbre só, como mostram as fotos, por isso nem vou comentá-las. Voltamos de metrô (já era quase meia-noite) e depois caminhamos a pé para casa. Esse tipo de coisa é meio difícil de fazer em BH.